sábado, 1 de outubro de 2011

Surf x Tubarão, Baía de Bunker Bay - Austrália

Um surfista australiano morreu após ser atacado por um tubarão nas águas da baía de Bunker Bay, no sudoeste da Austrália. Segundo a imprensa australiana, Kyle Burden, de 21 anos de idade, foi praticamente devorado das pernas para baixo depois de ser atacado pelo que especialistas acreditam ser um tubarão-branco, um dos maiores predadores marítimos existente. Testemunhas e amigos que estavam presentes no momento do incidente lamentaram a perda e relataram aos jornais e TVs da Austrália o sentimento de terror pelo fato de passar tão perto da morte.


O surfista americano Adam D'Esposito mostra a mordida em sua prancha após um ataque no Tahiti.
Kyle Smith, de 25, estava surfando no mesmo local quando viu o que parecia ser uma baleia. Segundo contou à rádio 6PR e ao canal de TV Channel 9, um grupo de golfinhos estava se comportando de maneira estranha. "Uma garota estava nadando atrás de mim. Ela gritou dizendo que achava que um golfinho estava atrás dela", afirmou. "Olhamos e não era um golfinho. Estávamos bem convencidos de que se tratava de uma baleia. O animal passou debaixo da gente e foi em direção de um grupo de cerca de 15 surfistas", disse. O ataque, rápido, gerou pânico dentro da água. Gravemente ferido e com grande parte dos membros inferiores arrancada, Kyle foi levado para a costa pelos amigos, mas não resistiu aos ferimentos.

2010 foi recorde de ataques de tubarão na década. A região de Boneyards, onde o ataque ocorreu, é popular entre os surfistas australianos. Na 2ªfeira, a praia continuava fechada para o banho. No local onde Kyle morreu, amigos enterraram uma prancha na areia e deixaram flores e homenagens. A morte do jovem gerou pedidos para que as autoridades cacem o tubarão, mas o departamento responsável pela guarda costeira afirmou que qualquer tubarão encontrado será espantado com barcos.

Especialistas dizem que a presença de baleias, golfinhos e outros peixes tornam a baía uma área com "condições perfeitas para tubarões". Segundo a TV australiana Channel 9, o incidente deixou a comunidade perto de Boneyards em "total choque".

Ataques de tubarão estão aumentando em todo o mundo. De acordo com a International Shark Attack File (ISAF), foram registrados 115 incidentes com tubarões, sendo que 79 deles consistiram em ataques ocorridos nos habitats naturais dos tubarões sem que os animais tivessem sido provocados por humanos. Para se ter uma idéia, em 2009 foram 63 ataques não provocados.
A ISAF contabiliza os relatos de ataques de tubarões em todo o mundo desde o século 16. Ao todo foram 2.320 ataques relatados. Os Estados Unidos são o lugar onde mais ocorreram estes incidentes com 1049 casos, sendo 44 fatais. No segundo lugar está a Austrália com 417 casos, sendo 131 fatais, seguido pelo continente africano com 299 casos (78 fatais). Na América do Sul foram 101 ataques (23 fatais).

De acordo com o relatório da ISAF o aumento da interação de tubarões com humanos está relacionado com o aumento do tempo que os humanos passam no mar. “Como a população e o aumento do interesse em atividades aquáticas é esperado o crescimento no número de ataques de tubarões”, afirma o relatório. A ISAF afirma que a população de tubarões está em declínio em muitas partes do mundo por causa da sobrepesca, perda de habitat, o que teoricamente diminuiria o número de ataques. No entanto, não é o que os índices estão mostrando.

Nesta semana, duas pessoas ficaram feridas em uma praia de Primorie, no extremo oriente russo. De acordo com especialistas da região, não há precedentes na região. Um britânico que passava a lua-de-mel nas Ilhas Seychelles, no Oceano Índico morreu na quarta-feira (17) após perder o braço devorado por um tubarão. De acordo com testemunhas, o local também teve um ataque parecido há pouco mais de duas semanas. Um francês teria sido morto no incidente anterior. O ISAF recomenda, no caso de um ataque, bater no nariz do peixe, pois isto restringe seu ataque. O maior número de ataques de tubarões ocorre em águas pouco profundas, durante a lua nova, em agosto e especialmente aos domingos, revela uma pesquisa de especialistas em comportamento destes temidos animais divulgada nesta quinta-feira pela Universidade da Flórida (UF). Jovens surfistas, com trajes de banho brancos e pretos, são mais propensos a serem atacados ou mordidos por tubarões, informou o estudo baseado em dados de observações e estatísticas dos últimos 50 anos em praias do condado de Volusia (Flórida), considerada a "capital mundial dos ataques de tubarão".
"Humanos, tubarões e fatores ambientais combinam-se no condado de Volusia de tal forma que criam uma 'combinação perfeita', com condições muito favoráveis para estes ataques", disse George Burgess, diretor do Arquivo Internacional de Ataques de Tubarão, da UF. O centro dos incidentes fica na praia da enseada de Ponce, entre Daytona Beach e New Smyrna Beach, no centro da Flórida, segundo o estudo. Entre 1996 e 2008, um em cada cinco incidentes com tubarão no mundo ocorreu nesta região. Os investigadores observaram durante um ano as ocorrências nestas costas de areias brancas, onde as grandes ondas propiciam excelentes condições para o surfe, mas também para tubarões e outros predadores que se concentram ali atraídos pelo alimento que encontram nas águas revoltas da arrebentação. Os cientistas analisaram "basicamente: por que, onde e quando se produzem os ataques", em uma área que tradicionalmente existe maior interação humanos-tubarões como nenhuma outra no mundo, indicou a análise.
"A maior quantidade de ataques ocorre em dias de lua nova, mas também durante o período de lua cheia. Os extremos das fases lunares têm forte incidência nas marés, e, além disso, influem nos movimentos e padrões reprodutivos dos peixes, que são fonte de alimento para os tubarões", destacou Burguess.

O mês de agosto representa o pico de incidentes com os animais, pela grande quantidade de gente que há nas águas do hemisfério norte, especialmente aos domingos. Braçadas e pernadas de surfistas ou nadadores provocam os tubarões que, entre as águas agitadas, se lançam sobre os membros acreditando serem uma presa, afirmaram os especialistas. No último mês de fevereiro, um homem de 38 anos que praticava kitesurf morreu atacado por um grupo de tubarões no centro da Flórida, espalhando o pânico entre banhistas da área enquanto os especialistas tentavam acalmar a todos. Embora a crença predominante de que a maioria dos ataques de tubarões nas águas da Flórida seja mortal, 90% deles só resultam em ferimentos leves, segundo o Arquivo Internacional da UF. As feridas são, em boa parte dos casos, não muito maiores do que uma forte mordida de cão e não geram consequências graves e muito menos fatais, por não se tratar de tubarões grandes - eles alcançam uns 2 metros de largura.

"Não é o tipo de ferida que pode deixar um tubarão branco, de entre 3 a 6 metros, como os que existem na Califórnia", ilustrou Burguess. Nas praias do condado de Volusia, especialmente na área de New Smyrna Beach (400km ao norte de Miami), foi registrado em 2008 um recorde com um total de 23 ataques desses temidos peixes.

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